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HENRI MATISSE: Características e suas influências

Atualizado: 5 de fev. de 2021


Henri Matisse, photograph by Alvin Langdon Coburn, 1913.


Henri-Émile Benoît Matisse (1869-1954) foi um pintor, escultor e artista gráfico francês. Ele se formou em Direito, em 1887, mas não exerceu a função. Aos 22 anos, mudou-se para Paris para estudar arte e, desde então, não parou de pintar. Matisse foi aluno de Gustave Moreau na Escola de Belas-Artes de Paris e sofreu influência de vários artistas e movimentos da arte.


Matisse – O Estúdio de Gustave Moreau, 1894-1895.

Óleo sobre tela, 65 X 81cm Coleção particular.

Mesmo com todas as dificuldades financeiras, adquiriu obras de outros artistas, que serviram de modelo para suas obras iniciais. Entre elas "Três Banhistas" de Cézanne, um gesso de Rodin, "Cabeça de Rapaz" de Gauguin e um desenho de Van Gogh. Para Matisse só os fracos não suportam os ensinamentos e influência dos antigos.


Sentindo-se com coragem, ele não hesita em mergulhar no estudo daqueles que estão perto dele pela sensibilidade: Poussin, Chardin, Watteau, Manet, Cézanne, Rodin, entre outros. Todos, como ele, tanto em sua arte, como em sua personalidade, de pura tradição francesa. “Pela minha parte, jamais evitei a influência dos outros”, dizia ele já a Apollinaire. “Teria considerado isso como uma covardia e uma falta de sinceridade perante mim mesmo. Creio que a personalidade do artista se afirma pelas lutas que travou. Haveria que ser muito néscio para se não olhar em que sentido trabalham os outros. Espanta-me que haja quem possa ser desprovido a tal ponto de inquietação para julgar ter apreendido de imediato a verdade da arte deles. Já me aconteceu receber influências. Mas creio ter sabido dominá-las, sempre



Vejam também que Rodin influenciou outro artista com a mesma escultura:


Separados por uma geração, Auguste Rodin e Alberto Giacometti nunca se conheceram. Mesmo assim, suas trajetórias seguem caminhos paralelos, cheios de semelhanças em suas obras, em seu processo criativo e em sua busca incessante por uma nova linguagem que transmita as emoções e a fragilidade do ser humano. Embora a relação entre os dois artistas seja óbvia – Giacometti é quem olha Rodin . Enquanto Rodin se preocupa em expressar a complexidade da existência humana, Giacometti esculpe em suas obras a fragilidade do homem e derrama em suas peças o desencanto e o existencialismo do período entre guerras. O ser humano e a vida serão a fonte constante de inspiração para ambos os autores.



Matisse também colecionava frases célebres destes mestres, veja algumas delas:


“Ponho cor até que fique semelhante” – Chardin.


“Quero fazer a imagem” – Cézanne.


“Copiei a natureza”- Rodin.


“Quem sabe copiar sabe fazer”- Leonardo da Vinci.

Outro ponto a se destacar foi seu interesse pelo IMPRESSIONISMO ( 1871-1914). Apesar de rejeitar a luminosidade desse estilo, Henri Matisse percebeu e pintou a luz com uma intensidade inédita. Mais tarde, ele irá se voltar para o pontilhismo, com o qual trabalhará as cores mais fortes e impetuosas no Fauvismo.


Algumas características da obra de Matisse:


Pintura elementar, isto é, simples, de clareza básica, aparentemente fácil.


Estilo livre, com cores decorativas, independentes da realidade.


Estruturalismo intuitivo e vigoroso.


Pintura espontânea, com máxima expressão pictórica.


Cores bastante independentes da realidade como fator principal da pintura.


Expressão ou sugestão da paisagem pelas sensações em uma visão sintética livre como pintura e não mera representação.


Henri MatisseVisão da Notre Dame ao final da tarde

(Notre-Dame, une fin d'apres-midi) 1902.

Óleo sobre papel montado em tela72,5 x 54,5 cm.

Albright-Knox Art Gallery Buffalo, New York


A Catedral de Notre-Dame de Paris é uma das mais antigas catedrais francesas em estilo gótico. Iniciada sua construção no ano de 1163, é dedicada à Virgem Maria e situa-se na Île de la Cité em Paris, rodeada pelas águas do rio Sena.


Este amor à cor vai transformar Matisse, contra a sua vontade, em chefe de bando. O bando dos “fauves”...“A influência de Gauguin e de Van Gogh...”É ai que Matisse situa as origens do Fauvismo.


O Fauvismo (ou Fovismo) foi um movimento artístico heterogêneo associado à pintura e teve sua origem na França no início do século XX. Essa tendência foi desenvolvida entre os anos de 1905 e 1907.


A principal característica desse movimento foi a utilização da cor pura, sem misturas, de modo a delimitar, dar volume, relevo e perspectiva às obras.


O Fauvismo teve início ainda no ano de 1901, na França. Porém, ele só foi reconhecido como uma corrente artística em 1905. Nesse momento, os artistas que compunham o movimento, fizeram a primeira aparição pública no "Salão de Outono", em Paris. No ano seguinte, em 1906, organizaram uma exposição no "Salão dos Independentes". Foi justamente nessa ocasião que o grupo recebeu o nome les fauves, expressão francesa que significa “as feras”.


Os artistas foram chamados de "feras", ou "selvagens", pelo renomado crítico de arte Louis Vauxcelles (1870-1943), quando ele tentou descrever a sensação causada ao observar uma única obra clássica cercada por pinturas fauvistas. A arte fauvista busca levar o ser humano ao seu estado natural por meio de uma estética primitivista, tal qual o estado de pureza das criações infantis. Essas características também estão presentes na chamada Arte Naif. Os artistas deste movimento não se preocupavam com os aspectos da composição na pintura, mas sim com as qualidades expressivas que a interpretação pessoal poderia causar.

Principais Artistas e Obras do Fauvismo


Henri Matisse (1869-1954)

Paul Cézanne (1839-1906)

Georges Braque (1882-1963)

Albert Marquet (1875-1947)

Andre Derain (1880-1954)

Jean Puy (1876-1960)

Kees Van Dongen (1877-1968)

Maurice de Vlaminck (1876-1958)

Raoul Dufy (1877-1953)

Os artistas dessa corrente buscavam pintar as sensações e espírito livre da sociedade em transformação. Tomaram, então, Vincent van Gogh Gauguin e Cézanne como inspiração. As estéticas de tais pintores tinham o ardor passional, o primitivismo e a natureza como elementos principais.


A siesta (1892-94), de Paul Gauguin. O artista foi uma das inspirações para o movimento fauvista.

Henri Matisse. Interior em Collioure, 1905. 60 x 73 cm - Coleção particular, Zurique.


Van Gogh. O Quarto de Van Gogh em Arles, 1889. 57 x 74 cm -'Musée d'Orsay, Paris.



Matisse- O Nu Azul (Souvenir de Biskra), 1907. (92,1 x 140,1 cm)

Baltimore Museum of Art


Gauguin -Te Arii Vahine (A Mulher do Rei), 1896. Museu do Hermitage, São Petersburgo




Matisse -Natureza Morta com Tapete Vermelho e Mantón de Manila, 1906.


Matisse -Natureza Morta com Toalha Azul, 190

Cézanne - Natureza Morta com Cortina, 1895


Se Cézanne tem razão, eu tenho razão.” Este quadro comprado por Matisse ao negociante Vollard em 1899, por cerca de 1300 francos da época, e dado por ele ao Museu da Cidade de Paris, está na origem de toda uma sequência de desenhos e de esculturas que privilegiam os “nus de costas”.


Cézanne- Três Banhistas, 1879- 1882.



"A tendência dominante da cor deve ser a de servir o melhor possível à expressão. [...] Na verdade, acho que a própria teoria das cores complementares não é absoluta". Henri Matisse, Notas de um pintor, 1908. Publicado em La Grande Revue, Paris em 25 de dezembro de 1908


“Sonho com uma arte de equilíbrio, de pureza, de tranqüilidade, sem temas inquietantes ou preocupantes; uma arte que seja, para qualquer trabalhador cerebral, para o homem de negócios ou o homem cultivado, por exemplo, um lenitivo, um calmante mental, algo como uma boa poltrona onde ele possa relaxar o cansaço físico.” -Matisse





Pierre Milan (Escola de Fontainebleau)

Dança das Dríades.

Gravura em metal, século XVI.




William Blake

Ilustração para Sonho de uma Noite de Verão de Shakespeare, 1786

(Oberon, Titania e Puck dançando com as fadas)

Aquarela - Tate Gallery, Londres.


A descoberta do Oriente para Matisse ocorreu gradualmente, sobretudo pelas suas viagens. A partir da Argélia influências e experiências orientais se misturaram com a frequência e o estudo de seus contemporâneos – O Arabesque é o motivo condutor , utilizado por Matisse em uma nova forma, recriando espaços que se sobrepõem e que se referem a lugares mágicos e distantes como os do Oriente.

Henri Matisse. A Música, 1910. 2,60 x 3,89 m – Museu do Hermitage, São Petersburgo, Rússia.


Cerâmica de Iznik, Turquia, c. 1600

Pasta de pedra queimada, pintada e vitrificada, 28,9 cm

The Metropolitan Museum of Art, New York.


Henri Matisse

Os Peixes Vermelhos, 1912

Pushkin Museum of Art - Moscou.

Arte Islâmica (Turquia). Copo com decoração floral

c. 1575 - Museu do Louvre, Paris



Henri Matisse. Odalisca com Calções Vermelhos, 1921



Arte Islâmica. Albarello, século XII-XIII

Cerâmica pintada e vitrificada, 21 cm

Los Angeles County Museum of Art


Em suas obras, Matisse buscava sempre manter o equilíbrio entre a tranquilidade e a vivacidade, em pinturas e esculturas simples e sem detalhes rebuscados. Seus desenhos estão repletos de traços arabescos e formas planas, nas quais as cores buscam a máxima expressão pela violência e pureza pelas quais se impõem. Esta linguagem expressiva da cor e do desenho está presente em vários momentos de Matisse. Destacam-se as austeras pinturas de linhas retas e formas geométricas ou as figuras alegres e femininas. A escultura é uma extensão de sua forma de pintar e está representada, muitas vezes, sob certo exagero nas formas.

 

"A EXATIDÃO NÃO É A VERDADE!" MATISSE (1947)


LÚCIA CASTANHEIRA ESCOLA DE ARTES - 22/01/2021.

FONTES:

. Aula com o Prof. Marco Elizio no site da escola : Matisse – A Intuição Criativa na Pintura Moderna.

. LIVRO - Néret,Gilles – Henri Matisse – Taschen

. Wiesinger,Véronique – GIACOMETTI- COSACNAIFY

. Matisse – Paires et séries – Centre Pmpidou


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