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RUPTURAS E DESDOBRAMENTOS NO UNIVERSO DAS LINGUAGENS DAS ARTES

Parte 4


Picasso definiu o Cubismo como “uma arte que trata primordialmente de formas, e quando uma forma é realizada, ela aí está para viver sua própria vida”.

Como comentamos no blog passado, Picasso tinha uma enorme capacidade de se reinventar e procurar novas técnicas e novos suportes.

A collage como técnica , reteve a sua finalidade pictórica em 1914 e se tornou escultórica – tableau object. Picasso construiu naturezas-mortas tridimensionais com objetos de bricabraque.


Bricabraque (do francês bric-à-brac), às vezes chamado brique-a-braque ou apenas brique, se refere a coleções de diversos e velhos objetos de artesanato ou arte, tais como antiguidades, bijuterias, móveis, entre outros.




Vejam como Picasso fazia um trabalho coerente. Este Tableau object pode ter sido inspirado numa de suas pinturas ou ainda na influência enorme que a arte africana exerceu na sua obra.






Ao contrário da pintura, em que ele foi formalmente treinado ( fases rosa e azul), a escultura ocupava um espaço exclusivamente pessoal e experimental para Picasso. Ele se aproximou do meio artístico com a liberdade de um artista autodidata, pronto para quebrar todas as regras.


No início do século XX, uma série de objetos de arte contrariava o modo de produção tradicional e se pautava na eleição de objetos prontos, retirados do cotidiano para os meios da arte. A presente pesquisa tem como premissa buscar esclarecimentos sobre o tema da apropriação dos objetos culturalmente estabelecidos em nossa rotina e investigar estas manifestações nas quais é ressignificado pelos movimentos artísticos de ruptura, no intuito de discutir as possíveis respostas ao seguinte questionamento de Arthur C. Danto em O Mundo da Arte1 : “o que faz de um objeto comum uma obra de arte?” (SABRINA VIEIRA LITTIG).


Precursor, revolucionário, inovador, o Cubismo rompeu com uma das características mais tradicionais da pintura: o uso da perspectiva plana. Em prol de uma verdadeira libertação na arte, os cubistas aboliram a cópia. O artista deve criar, não copiar — é o fim da arte mimética.


Desse modo, não há na arte mais nenhum compromisso em representar a aparência real das coisas. Várias faces de um mesmo objeto são retratadas em um mesmo plano, o objeto pode ser fragmentado, justaposto, refeito em colagens ou reduzido apenas a figuras geométricas. É esse novo uso da geometria, por sinal, que batiza o movimento: CUBISMO.






A ideia da reciclagem está na essência da arte moderna e contemporânea. A linguagem é sempre uma reconsideração da história da arte, dos mestres e obras de arte"(Jacob Klintowitz).






Esses trabalhos podem ser considerados os precursores diretos que, alguns anos depois, constituiriam uma das principais características do movimento surrealista.

Foi a partir de então que a liberdade dos artistas não teve mais limites.


No próximo Blog vamos conhecer um pouco mais das rupturas e desdobramentos na arte depois de Picasso e do Cubismo.


 

LÚCIA CASTANHEIRA ESCOLA DE ARTES - 16/04/2021.


Fontes :

-Aula sobre o Cubismo com o Prof. Marco Elizio de Paiva no site da escola.

-Realismo, Racionalismo, Surrealismo / A arte no entre guerras –Briony Fer, David Batchelor, Paul Wood.

-HISTÓRIA DA PINTURA MODERNA – Herbert Read


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